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Os 5 Erros Mais Comuns que os Líderes Cometem ao Conduzir e Implementar Mudanças

 

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Introdução 

Vivemos em um mundo em constante transformação. A capacidade de liderar mudanças tornou-se uma das competências mais estratégicas no atual cenário corporativo. Segundo um relatório da McKinsey & Company, cerca de 70% dos processos de mudança nas empresas fracassam. Em grande parte, isso se deve a erros cometidos pela liderança — muitos deles evitáveis. 

Este artigo explora os cinco equívocos mais comuns cometidos por líderes ao conduzir transformações organizacionais e apresenta formas práticas de evitá-los, à luz de experiências reais de grandes líderes como Satya Nadella (Microsoft), Jensen Huang (NVIDIA), Tim Cook (Apple), Andy Jassy (Amazon) e Rosalind Brewer (ex-Walgreens). 



Erro 1: Subestimar o Papel da Cultura Organizacional 

“A cultura é o principal fator de performance.” — Satya Nadella 


Em um cenário de mudanças organizacionais, muitas vezes a tendência é focar nos aspectos tangíveis: novos processos, novas tecnologias, reestruturação de equipes, entre outros. No entanto, o maior erro que um líder pode cometer é não dar à cultura organizacional a atenção que ela merece. A cultura, embora muitas vezes invisível, é o verdadeiro motor por trás da implementação bem-sucedida de qualquer transformação. 

Quando falamos em cultura organizacional, estamos nos referindo ao conjunto de valores, crenças, comportamentos e normas que moldam as interações e decisões dentro de uma empresa. Ela está por trás das respostas dos colaboradores frente a novos desafios, da forma como eles se adaptam a mudanças e de como as ideias e soluções são criadas dentro da organização. Quando bem alinhada com os objetivos da empresa, a cultura impulsiona o desempenho, a inovação e a colaboração, tornando a mudança um processo mais fluido e natural. 


A Falta de Cultura Pode Sabotar o Sucesso da Mudança 

A cultura tem um impacto profundo no comportamento das pessoas. Quando os líderes não conseguem alinhar a transformação com a cultura organizacional, correm o risco de gerar resistência silenciosa e sabotagem inconsciente. Em vez de abraçar a mudança, os colaboradores podem se sentir desconectados, ansiosos ou até mesmo desencorajados. E é nesse ponto que muitas transformações falham, porque ignoram o verdadeiro valor de uma cultura que seja não só flexível, mas também coesa com a nova direção. 

Satya Nadella, CEO da Microsoft, entende muito bem o poder da cultura na condução de mudanças. Ao assumir a liderança da Microsoft, Nadella encontrou uma empresa com uma cultura mais voltada à competição interna do que à colaboração. Ele sabia que a mudança não seria apenas sobre novos produtos ou tecnologias, mas uma revolução cultural que estimulasse a inovação e a colaboração entre os funcionários. Ao promover uma mentalidade de crescimento (Growth Mindset) e incentivar a empatia e a colaboração, Nadella conseguiu transformar a Microsoft em uma das empresas mais inovadoras da atualidade. A mudança não se deu apenas pela implementação de novas tecnologias, mas pela mudança de mentalidade dentro da própria organização. 


Como Evitar Subestimar o Papel da Cultura Organizacional 


1. Conduza Diagnósticos Culturais Antes de Iniciar Mudanças 

Antes de implementar qualquer transformação, é crucial entender a cultura existente dentro da empresa. Um diagnóstico cultural profundo permite que os líderes compreendam as normas e crenças que estão enraizadas na organização. Ele revela tanto os pontos fortes, que podem ser aproveitados na mudança, quanto as áreas de resistência, que precisam ser trabalhadas para garantir que a mudança seja bem-sucedida. 

Uma pesquisa realizada pela McKinsey & Company descobriu que 70% das transformações organizacionais falham devido à falta de atenção à cultura. Ou seja, um elevadíssimo percentual de insucesso. Um diagnóstico eficaz inclui entrevistas com líderes, grupos focais com funcionários e até mesmo a análise de dados de comportamento, como rotatividade de pessoal e engajamento dos colaboradores. 


2. Incentive uma Mentalidade de Crescimento (Growth Mindset) 

Como proposto por Carol Dweck, psicóloga da Universidade de Stanford, o conceito de Growth Mindset sugere que a crença de que habilidades e inteligência podem ser desenvolvidas com esforço e aprendizado contínuo é fundamental para o sucesso em ambientes de mudança. Em vez de se ater ao status quo e a “moldes rígidos”, a mentalidade de crescimento promove uma cultura de aprendizado, onde os colaboradores se sentem mais motivados a abraçar novos desafios e a colaborar de forma mais eficaz. 

Satya Nadella fez dessa filosofia um dos pilares da transformação da Microsoft. Ele incentivou uma mentalidade onde erros eram vistos como oportunidades de aprendizado e não como falhas a serem evitadas. Ao implementar essa mentalidade, Nadella não só transformou a cultura da Microsoft, mas também criou um ambiente no qual a inovação pôde florescer. 


3. Reconheça e Promova Comportamentos que Refletem os Valores da Nova Direção 

Mudanças eficazes não acontecem apenas no papel. Elas acontecem quando os comportamentos dos líderes e colaboradores estão alinhados com os novos valores e objetivos. Por isso, é fundamental que os líderes não apenas comuniquem, mas também exemplifiquem e recompensem os comportamentos que apoiam a transformação desejada. 

Um excelente exemplo disso pode ser visto em empresas como Netflix, que promove uma cultura de liberdade e responsabilidade. Os líderes da Netflix constantemente incentivam os funcionários a tomar decisões independentes e assumir riscos, e recompensam os comportamentos alinhados a esses valores. Isso não apenas ajuda na implementação de mudanças, mas também cria uma cultura de autonomia e inovação. 

Ao reconhecer publicamente aqueles que exemplificam os novos valores da empresa, você reforça a importância da mudança e motiva outros a se engajarem no processo. 


Conclusão: Cultura Como Pilar da Transformação 

A cultura organizacional não é apenas um elemento a ser considerado durante processos de mudança, mas deve ser o alicerce sobre o qual as mudanças são construídas. Sem ela, até mesmo os processos mais bem elaborados podem falhar. Se a liderança entender que a cultura é a chave para o sucesso da transformação, ela pode ser moldada de maneira a apoiar as novas metas da organização, tornando o processo de mudança mais eficaz e sustentável. 

Adotar uma mentalidade de crescimento, realizar diagnósticos culturais regulares e alinhar comportamentos com os valores da nova direção são passos fundamentais para garantir que a cultura não seja um obstáculo, mas sim um acelerador para o sucesso da mudança organizacional. 


 

Erro 2: Comunicação Fraca ou Mal Planejada

“A maior ilusão da comunicação é achar que ela aconteceu.” — George Bernard Shaw 


A comunicação é, sem dúvida, um dos pilares centrais em qualquer processo de mudança. No entanto, ela é frequentemente negligenciada ou tratada de forma superficial. Muitos líderes acreditam que uma única reunião, um e-mail bem escrito ou um anúncio corporativo é suficiente para comunicar uma transformação. Mas comunicar não é apenas informar — é engajar, inspirar e alinhar

A ausência de uma comunicação clara, consistente e emocionalmente inteligente cria um vácuo perigoso — e onde há silêncio, surgem rumores, medos e resistência. A tão famosa “rádio-peão” entra em cena, muitas vezes com interpretações distorcidas, gerando desconfiança e insegurança entre os colaboradores. Esse ruído é letal para o sucesso de qualquer iniciativa de mudança. 


Por que a Comunicação é Tão Crítica em Tempos de Transformação 

Segundo estudo da PwC, 86% dos executivos e colaboradores citam a falta de comunicação ou a comunicação ineficaz como a principal razão para falhas em iniciativas de mudança. A comunicação não é um evento — é um processo contínuo. Precisa ser planejada estrategicamente, ajustada ao público, adaptada ao momento e repetida com consistência. 

Empresas que comunicam bem em tempos de transição aumentam significativamente o engajamento e a adesão ao novo caminho. E mais do que transmitir fatos, os líderes precisam criar narrativas convincentes, que expliquem o “porquê” da mudança, qual é o impacto esperado e qual o papel de cada pessoa nesse novo cenário. 


Como Evitar a Comunicação Fraca em Processos de Mudança 

Crie Narrativas Inspiradoras e Coerentes 

  • Mudanças não são apenas técnicas — são emocionais. As pessoas precisam acreditar na razão pela qual algo novo está sendo implementado.  

  • Uma narrativa bem construída ajuda os colaboradores a enxergarem propósito na transformação.  

A Comunicação deve responder perguntas como: 

  • Por que estamos mudando agora? 

  • O que acontecerá se não mudarmos? 

  • Como essa mudança impacta nossa missão e valores? 

  • O que se espera de mim neste processo? 

 

🔍 Case: Apple 

A Apple é um exemplo notável nesse quesito. Em cada lançamento, a empresa reforça incansavelmente o "porquê" por trás das suas inovações. Mais do que vender produtos, ela vende ideias, estilo de vida, propósito. Steve Jobs era mestre em comunicar visão com simplicidade e emoção, tornando cada inovação uma extensão natural de sua narrativa corporativa. 

 

Diversifique os Canais de Comunicação 

Cada colaborador absorve a informação de maneira diferente. Por isso, a comunicação precisa ser multicanal: reuniões presenciais ou virtuais, vídeos explicativos, comunicados escritos, murais internos, newsletters, fóruns de discussão, podcasts internos, etc. Além disso, a comunicação deve ser bidirecional. Criar espaços onde as pessoas possam perguntar, comentar e dar feedback é essencial para construir confiança e engajamento. 

 

Comunique com Frequência e Transparência 

A comunicação deve acompanhar cada fase da mudança. Muitas vezes, o silêncio após o anúncio inicial gera mais ansiedade do que o próprio processo de transformação. Atualizações frequentes — mesmo que não haja grandes novidades — demonstram presença, comprometimento e transparência

Não ter todas as respostas não é um problema. O verdadeiro erro é não dizer nada. 

 

Forme Embaixadores da Comunicação 

Engaje líderes intermediários e influenciadores internos como multiplicadores da mensagem. Quando as informações chegam somente do “topo”, elas podem ser recebidas com distanciamento. Mas quando colegas, gestores diretos e equipes de RH atuam como pontes de comunicação, a adesão é muito maior. 

 

Treine os Líderes para Comunicar com Inteligência Emocional 

Nem todo líder nasce com habilidades de comunicação — elas precisam ser desenvolvidas. A liderança precisa aprender a ouvir, responder com empatia, ajustar o discurso ao público e manter o tom humano, mesmo em situações difíceis. 


Conclusão: A Comunicação é o Coração da Mudança 

Transformações não fracassam por falta de estratégia, tecnologia ou estrutura — elas fracassam por falta de comunicação significativa. Um plano de mudança sem um plano de comunicação robusto é como um barco sem leme. 

Se o líder deseja que sua equipe abrace a mudança, ele precisa dar voz ao processo, iluminar o caminho e ser o primeiro a viver a nova cultura com autenticidade. A comunicação, quando bem realizada, não apenas informa — ela mobiliza, une e inspira. 

 


Erro 3: Falta de Segurança Psicológica 

“A ausência de segurança psicológica torna qualquer mudança uma ameaça, e não uma oportunidade.” — Amy Edmondson 


Em tempos de transformação, a inovação precisa emergir com força — e a inovação só acontece quando as pessoas se sentem seguras para errar, opinar e experimentar. Ambientes onde reina o medo de represálias, críticas ou humilhações silenciam ideias e limitam a colaboração. Esse é um dos erros mais graves (e silenciosos) na condução de mudanças organizacionais. 

A segurança psicológica — conceito amplamente difundido pela professora Amy Edmondson, da Harvard Business School — é a crença compartilhada de que o ambiente é seguro para assumir riscos interpessoais. É a liberdade para levantar a mão, discordar de forma respeitosa, fazer perguntas “óbvias” ou expor vulnerabilidades sem o receio de punições ou julgamentos. Sem esse pilar, a mudança se transforma em um território minado, onde cada passo é dado com hesitação. 


O Impacto da Segurança Psicológica nas Equipes 

Estudo do Google (Projeto Aristóteles) identificou a segurança psicológica como o fator número 1 que diferencia equipes de alta performance daquelas com desempenho mediano. Não era o QI médio, o nível de senioridade ou as certificações — era o quanto cada membro se sentia à vontade para contribuir sem medo. 

Além disso, organizações que promovem segurança psicológica têm 76% mais chances de obter inovação constante e 50% mais engajamento de suas equipes, segundo a Gallup


Como Evitar a Falta de Segurança Psicológica em Tempos de Mudança 

Pratique a Escuta Ativa e Intencional Escutar não é apenas ficar em silêncio enquanto o outro fala. É se conectar genuinamente com o que está sendo dito, sem interromper, sem julgar, e sem preparar a próxima resposta enquanto o outro ainda está expondo suas ideias

Quando os colaboradores sentem que são realmente ouvidos, eles se tornam mais engajados e dispostos a colaborar — mesmo diante da incerteza. 


Celebre Aprendizados — Não Apenas Acertos Ao contrário do que se pensa, o erro não é o oposto do sucesso. Ele é parte do caminho. Criar uma cultura onde os erros são reconhecidos como fontes legítimas de aprendizado fortalece a coragem de inovar. 

Compartilhar aprendizados publicamente, especialmente por parte da liderança, sinaliza que o erro não será punido, desde que traga reflexão, melhoria e evolução. 


📌 Exemplo prático: líderes que iniciam reuniões com um espaço de "lições aprendidas da semana" criam uma cultura de normalização do aprendizado contínuo. 

Incluir Diversidade de Vozes na Tomada de Decisões A verdadeira segurança psicológica se manifesta quando pessoas de diferentes áreas, níveis hierárquicos e perfis sentem que podem contribuir com suas visões. Diversidade não se limita a gênero ou etnia — envolve experiências, histórias de vida, formação e estilos de pensamento. 


Referência: Rosalind Brewer, ex-CEO da Walgreens Boots Alliance, afirma que "a diversidade de perspectivas é um dos motores mais potentes de mudanças sustentáveis". Em sua gestão, promoveu inclusão intencional de vozes diversas nos fóruns de tomada de decisão. 


Modele o Comportamento: o Exemplo Vem do Topo Segurança psicológica é construída de cima para baixo. Quando líderes admitem que não sabem tudo, compartilham dúvidas, pedem ajuda ou reconhecem erros, criam espaço para que os outros façam o mesmo. Vulnerabilidade não enfraquece a liderança — humaniza e aproxima. 

Crie rituais que sustentem a confiança Seja um canal anônimo de sugestões, grupos de escuta ativa, cafés com líderes ou reuniões sem pauta hierárquica, é essencial criar momentos nos quais as pessoas possam se expressar com autenticidade. 


Conclusão: Sem Segurança Psicológica, a Mudança Vira Uma Ameaça Silenciosa 

A ausência de segurança psicológica não apenas desacelera a mudança — ela sufoca o potencial coletivo da equipe. Grandes ideias deixam de surgir, problemas são escondidos, e a inovação se esvai em meio ao medo. 

Líderes que desejam conduzir transformações reais e sustentáveis precisam construir um ambiente onde a coragem de ser autêntico não seja exceção, mas regra. Em tempos de mudança, permitir que as pessoas sejam ouvidas, valorizadas e respeitadas é um ato de liderança estratégica — e profundamente humana. 

 


Erro 4: Centralizar o Protagonismo da Mudança na Alta Liderança 

“Mudança não acontece no topo — ela ganha força nas bordas, nos times que constroem o dia a dia.” — inspirado em Jensen Huang, CEO da NVIDIA

 

Um dos equívocos mais recorrentes (e sutis) na condução de transformações organizacionais é acreditar que a mudança pertence apenas ao topo da hierarquia. Quando a narrativa, as decisões e os movimentos estratégicos estão centralizados apenas no C-Level, as equipes se tornam expectadoras, e não agentes da mudança


Transformações bem-sucedidas são aquelas que descentralizam o protagonismo, criam senso de propriedade coletivo e envolvem diversos atores — das lideranças técnicas aos colaboradores de linha de frente. 


O Custo de Uma Mudança Centralizada 

Quando as pessoas não se sentem parte da construção, tendem a:  

  • Resistir silenciosamente, adotando uma postura passiva-agressiva (executam o mínimo necessário). 

  • Esperar ordens, ao invés de contribuir com soluções. 

  • Desacreditar na mudança, vendo-a como mais uma "moda corporativa passageira". 


🔍 Segundo estudo da McKinsey, transformações organizacionais com forte engajamento em todos os níveis têm 3,5 vezes mais chances de sucesso do que aquelas lideradas exclusivamente pelo C-Level. 


Como Evitar a Centralização do Protagonismo na Alta Liderança 

1. Crie Coalizões de Mudança Multinível 

Forme grupos estratégicos compostos por líderes formais e informais de diferentes áreas, níveis hierárquicos e perfis profissionais. Essa abordagem, inspirada no modelo de John Kotter, cria uma "força-tarefa viva" da transformação. 

Essas coalizões ajudam a: 

  • Traduzir a estratégia em ações práticas e locais. 

  • Antecipar resistências e pontos de atrito. 

  • Aumentar o senso de pertencimento ao processo. 

 

2. Valorize as Lideranças Técnicas e Operacionais 

🔧 O CEO da NVIDIA, Jensen Huang, é um defensor de que lideranças técnicas são a ponte entre a estratégia e a execução. Em sua trajetória, sempre promoveu engenheiros e especialistas como líderes de inovação, justamente por entender que são eles que vivem o problema e enxergam soluções na prática. 

Reconhecer e empoderar essas lideranças acelera a adoção de mudanças e reduz o gap entre a visão da alta liderança e a realidade do dia a dia. 


3. Capacite e Mobilize os Líderes Intermediários 

Os gestores de nível médio muitas vezes são os mais impactados pelas mudanças — e, paradoxalmente, os menos preparados para liderá-las. Eles recebem a pressão do topo e as inseguranças da base. Capacitar esses líderes é estratégico e urgente

Faça isso através de: 

  • Programas de formação contínua, com foco em comunicação, escuta ativa, gestão da mudança e cultura. 

  • Mentorias cruzadas, conectando esses líderes com os patrocinadores da mudança. 

  • Espaços de escuta e cocriação, onde possam contribuir com ideias e preocupações reais. 

📌 Dado da Deloitte: líderes intermediários engajados são responsáveis por até 70% da velocidade de adoção de uma nova cultura ou processo


4. Transforme Colaboradores em Embaixadores da Mudança 

Identifique pessoas que, mesmo sem cargo de gestão, têm influência informal positiva sobre os demais. Ofereça formação, visibilidade e protagonismo. Embaixadores bem escolhidos reforçam a narrativa da mudança com legitimidade e proximidade. 


5. Distribua a Autonomia — Sem Perder Direção 

Descentralizar não é renunciar ao alinhamento. É garantir que as diretrizes estratégicas estejam claras, mas que a execução ganhe nuances locais. Permita que times adaptem as ações às suas realidades, sem perder o norte da transformação. 

 

Conclusão: Mudança Real Acontece Quando o Protagonismo é Compartilhado 

As transformações mais duradouras não são aquelas que brilham nas apresentações do C-Level. São aquelas que respiram nos corredores, ganham força nos squads e ecoam nas reuniões de equipe

Quando líderes entendem que a mudança não é sobre controle, mas sobre confiança, o protagonismo se espalha — e com ele, o compromisso coletivo com o sucesso da jornada. 

 


Erro 5: Não Acompanhar e Ajustar o Processo de Mudança 

“O que não se mede, não se melhora.” — Peter Drucker  

“Mudança é uma maratona com checkpoints, não um sprint de uma só etapa.” — Andy Jassy, CEO da Amazon 


Um dos erros mais recorrentes — e perigosamente negligenciados — na condução de transformações organizacionais é tratar a mudança como um evento pontual, em vez de uma jornada contínua e adaptável

Muitas lideranças fazem o lançamento da mudança com entusiasmo, definem metas ambiciosas… e depois seguem para o próximo projeto. Nesse cenário, a falta de acompanhamento efetivo transforma boas ideias em frustrações silenciosas


O Risco de Operar no “Piloto Automático” 

Ignorar o monitoramento ativo leva a: 

  • Falta de visibilidade sobre o que está funcionando ou não. 

  • Perda de engajamento das equipes, que sentem a mudança como um esforço solitário. 

  • Ausência de aprendizado organizacional — o erro se repete em novos ciclos de transformação. 

📊 Segundo a Prosci, consultoria referência em gestão da mudança, projetos sem um plano estruturado de acompanhamento têm 70% mais chances de falhar em seus objetivos estratégicos. 


Como Evitar: Torne o Acompanhamento Parte do DNA da Mudança 


1. Defina Indicadores de Sucesso — Além dos Financeiros 

É comum medir apenas ROI, produtividade ou economia de custos. Porém, indicadores comportamentais e culturais são igualmente relevantes, como: 

  • Grau de adoção de novos comportamentos. 

  • Índice de engajamento por área. 

  • Percepção de clareza e alinhamento entre os times. 

Estes indicadores oferecem uma leitura mais holística do impacto da mudança. 


2. Crie Dashboards Visuais e Acessíveis 

Desenvolva painéis de controle que consolidem os principais indicadores de forma visual e acessível — não apenas para a alta liderança, mas também para os times envolvidos. Ferramentas como Power BI, Tableau ou mesmo Google Data Studio podem ser grandes aliadas. 

Na Amazon, Andy Jassy é conhecido por valorizar o uso intensivo de dashboards para acompanhar, em tempo real, o desempenho de equipes e a adesão a mudanças. Essa cultura de métricas permite ajustes rápidos e decisões baseadas em evidências. 


3. Estabeleça Ciclos Curto de Feedback 

Adote ciclos regulares de revisão (quinzenais, mensais ou trimestrais), onde líderes e equipes avaliam: 

  • O que está funcionando. 

  • O que precisa ser ajustado. 

  • Quais aprendizados devem ser registrados. 

Esses ciclos favorecem a inteligência adaptativa da organização e criam uma cultura de melhoria contínua. 


4. Celebre Pequenas Conquistas — E Ajuste com Agilidade 

Nem tudo sairá como planejado, e isso é natural. Por isso, reconhecer pequenas vitórias e aprender com falhas rápidas (fail fast, learn faster) é fundamental para manter a moral alta e a resiliência ativa. 

📌 Dado da Harvard Business Review: organizações que celebram marcos intermediários mantêm o engajamento dos colaboradores em 34% níveis mais altos ao longo da jornada de mudança. 


5. Inclua as Pessoas no Processo de Ajuste 

Ouvir quem está na linha de frente é uma das formas mais eficazes de identificar gargalos e oportunidades de melhoria. Crie espaços de escuta ativa, como fóruns abertos, pesquisas pulse e reuniões com times diversos. 

 

Conclusão: Liderar Mudanças é Humanizar a Transformação 

Liderar mudanças não é simplesmente redesenhar processos, implementar novas tecnologias ou reorganizar estruturas. Liderar mudanças é, acima de tudo, liderar pessoas. E pessoas não mudam por decreto — elas mudam quando encontram propósito, clareza, segurança psicológica e exemplos inspiradores


🔍 Dados da McKinsey & Company mostram que 70% das transformações organizacionais falham. E a principal causa não está na estratégia — mas na forma como a mudança é conduzida, comunicada e absorvida pelas pessoas. 


“Liderar a mudança é ter coragem de transformar primeiro a si mesmo.”  — Reflexão baseada na prática de líderes como Satya Nadella, Rosalind Brewer, Jensen Huang e Andy Jassy 


Os erros que discutimos aqui não são apenas falhas operacionais — são oportunidades valiosas de aprendizagem e reinvenção. Evitá-los não garante o sucesso, mas amplia exponencialmente as chances de gerar uma transformação real, duradoura e com impacto humano e estratégico. 

 
 
 

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