Cultura Come Estratégia no Café da Manhã
- nardemindmentoring
- 8 de jul.
- 13 min de leitura

O Fator Invisível que Define o Sucesso (ou o Fracasso) das Organizações
“Culture eats strategy for breakfast.”
Atribuída a Peter Drucker, essa frase reverbera nos corredores da liderança moderna com uma força que poucos slogans corporativos conseguem alcançar. E mesmo que Drucker nunca tenha escrito ou falado isso explicitamente nos seus livros, o crédito a ele se deu pelo impacto que a ideia teve dentro de seu pensamento e por ter sido amplamente difundida por meio de suas obras. Independente de quem a tenha proferido pela primeira vez, fato é que a frase ficou célebre por trazer em si um alerta importantíssimo: mesmo a estratégia mais brilhante desmorona se a cultura da sua organização não a sustentar. Como líder, você já sentiu a frustração de ver planos perfeitos naufragarem por resistências internas, desmotivação ou conflitos? A culpa não está no seu planejamento, mas no “fator invisível” que comanda o comportamento do seu time, ou seja, a cultura.
Neste artigo, quero te convidar para explorarmos alguns dos motivos pelos quais a cultura organizacional é a força que determina o sucesso ou o fracasso de qualquer estratégia, e como você pode cultivá-la para transformar sua equipe em um sistema eficiente de entrega de resultados. Prepare-se para repensar suas prioridades e de fato liderar com impacto.
Mas afinal, o que é Cultura Organizacional?
Muito importante compreendermos que cultura organizacional não é um cartaz com dizeres bonitos nas paredes dos corredores da empresa, ou a missão gravada no verso dos crachás dos funcionários. Mas sim, é o que pulsa no dia a dia, fazendo as coisas acontecerem, mesmo quando ninguém está olhando. É a soma dos comportamentos, decisões e interações que definem como sua equipe enfrenta desafios, trata uns aos outros e lida com erros e processos de mudança.
Pense na cultura como o sistema operacional da sua organização. Não é visível, mas ainda assim, determinante. Ela molda atitudes, define o que é aceitável e guia as ações do time, mesmo sem você perceber. Ignorá-la é como tentar rodar um software de ponta em um computador obsoleto, pois o resultado será frustração e falhas.
Pense na seguinte situação: em uma empresa, a alta gestão prega “transparência”, mas os funcionários evitam apontar problemas mais críticos por medo de represálias, que já ocorreram em outras ocasiões. Essa desconexão revela a cultura real, que é cautela em vez de abertura. Ricardo Basaglia, headhunter da Michael Page, define cultura como “os piores comportamentos que você tolera”. Se fofocas ou favoritismos são tolerados dentro da organização, eles se tornam a norma, corroendo a confiança das pessoas e sabotando qualquer plano de negócios que esteja em pauta.
Vou deixar aqui uma pergunta para sua reflexão: Que comportamentos que você, ou mesmo sua equipe, aceitam no dia a dia, que podem estar minando seus planos e objetivos?
E o que é Estratégia e por que ela depende da Cultura?
Estratégia é o mapa que guia sua organização rumo aos objetivos e resultados. É o plano que define onde você quer chegar e o que tem que fazer para atingir o seu destino. Mas, por mais detalhado que seja, um mapa é inútil se o terreno, no caso a cultura, não permite a travessia. Imagine planejar uma campanha de inovação digital em uma equipe que resiste a mudanças ou valoriza a individualidade acima da colaboração. A estratégia falhará, não por falta de planejamento, mas porque a cultura não a sustenta.
Outros exemplos de desalinhamento entre Estratégia e Cultura:
Uma empresa investe milhões em transformação digital, mas sua equipe teme errar e evita experimentar novas ferramentas, pois erros normalmente são punidos.
Outra organização anuncia um plano de meritocracia, mas promove justamente quem bajula em vez de quem entrega resultados. Favoritismo explícito.
Um líder defende a colaboração entre seus comandados, mas celebra apenas conquistas individuais. Isto acaba criando uma competição interna.
Quando a cultura e a estratégia estão desalinhadas, o resultado é desconfiança, resistência e fracasso. A estratégia dá direção, mas a cultura determina se o time seguirá de fato o caminho proposto.
Outra pergunta para sua reflexão: sua estratégia atual reflete a cultura real da sua equipe, ou você está tentando impor um plano desconectado da realidade? Pense em possíveis sabotadores que possam existir. Atenção, pois eles são silenciosos, mas podem ser observados no comportamento diário das pessoas.
E por que a Cultura tem tanto poder assim?
Cultura é poderosa porque atua como um filtro invisível que molda comportamentos sem que as pessoas percebam. Ela define o que é seguro, aceitável ou recompensado. Você pode treinar habilidades técnicas, mas é a cultura que determina se alguém se sente seguro para propor uma ideia ousada ou prefere se calar para evitar críticas. É a cultura que decide se erros são vistos como oportunidades de aprendizado ou como falhas puníveis. Flávio Augusto, fundador do Wise Up, diz o seguinte: “Pessoas não seguem planos; elas seguem padrões.” E esses padrões são forjados pela cultura.
Trago aqui o exemplo da Zappos, empresa de comércio eletrônico, onde a cultura de “encantar o cliente” é tão enraizada que os funcionários têm autonomia para resolver problemas de forma criativa, como por exemplo, enviar flores a um cliente quando tomam conhecimento de situações específicas. Essa cultura sustenta a estratégia de excelência no atendimento, gerando lealdade e resultados. Em contrapartida, uma empresa que prega inovação, mas pune erros, cria um ambiente de medo, onde ninguém ousa arriscar.
Observe como você e sua organização reagem aos erros. Se há punição, certamente haverá medo ou culpa, e neste caso, sua cultura está limitando a inovação. Promova discussões abertas sobre falhas, celebrando aprendizados em vez de punições.
Quando cultura e estratégia se alinham, a mágica acontece
Empresas que conseguem alinhar cultura e estratégia transformam suas visões em realidade. A Netflix, por exemplo, construiu uma cultura de “liberdade com responsabilidade”, onde colaboradores têm autonomia para tomar decisões rápidas. Essa cultura sustenta uma estratégia de inovação constante, permitindo lançamentos ágeis e adaptação ao mercado. Da mesma forma, a Toyota incorpora o kaizen (melhoria contínua) em cada processo, desde a fábrica até a liderança, apoiando sua estratégia de eficiência operacional. Carol Paiffer, da Atom SA, fala o seguinte sobre isso: “quando as pessoas compram o propósito, elas entregam o dobro com metade do esforço.”
O alinhamento entre cultura e estratégia cria engajamento genuíno, acelera a execução e multiplica resultados.
Como isto funciona na prática? A Salesforce, que foi liderada por Carlos Busch, integrou uma cultura de colaboração e feedback contínuo, permitindo que sua estratégia de crescimento global fosse executada com consistência. Equipes alinhadas ao propósito da empresa se movem mais rápido e com mais confiança.
E como você pode fazer isso? Comece mapeando os valores centrais da sua cultura e revise sua estratégia para garantir que cada meta reforce esses valores. Por exemplo, se colaboração é um pilar, crie indicadores que permitam resultados coletivos, não apenas individuais. Mais ainda, evite que os objetivos individuais conflitem com os objetivos coletivos dentro do seu time.
Alguns sinais claros de que a cultura está sabotando sua estratégia. Muita atenção com eles.
Você não precisa esperar que o fracasso ocorra para perceber que sua cultura está desalinhada. Fique atento a estes sinais:
1. Liderança Incoerente: Líderes pregam valores, mas agem de forma oposta aos mesmos no dia a dia.
A liderança incoerente ocorre quando há uma desconexão evidente entre o discurso e a prática dos líderes. Eles podem promover valores como transparência, colaboração e respeito, mas suas ações diárias contradizem esses princípios.
Como isso se manifesta?
Um líder que prega "ética" mas favorece um funcionário em detrimento de outro sem justificativa clara.
Um discurso de "cultura de feedback" que não é acompanhado por feedbacks construtivos ou que se torna punitivo na prática.
Promover a "inovação", mas não dar espaço para experimentação ou criticar publicamente tentativas que não deram certo.
Falar sobre "equilíbrio entre vida pessoal e profissional", mas exigir horas extras constantes ou enviar e-mails fora do horário de expediente.
E quais são os impactos?
Perda de Confiança: os colaboradores perdem a confiança na liderança e na própria empresa, sentindo-se enganados ou desvalorizados.
Descrença e Desengajamento: cria-se um ambiente de ceticismo, onde os funcionários desconfiam das iniciativas e perdem o engajamento, pois percebem que as palavras não se traduzem em ações.
Deterioração da Cultura: a incoerência dos líderes corrói os valores da cultura organizacional, levando a um ambiente de hipocrisia e desmotivação.
Aumento do Turnover: pessoas que buscam um ambiente autêntico e íntegro tendem a procurar outras oportunidades.
2. Resistência a Mudanças: O time rejeita novas ideias, mesmo com planos bem estruturados.
A resistência a mudanças é um fenômeno muito comum em organizações onde a manutenção das aparências (“status quo”) é mais valorizado do que a própria evolução dos negócios e da empresa. Mesmo com planos de mudança bem elaborados e comunicados, a equipe se mostra relutante em adotar novas ideias, processos ou tecnologias.
Principais ocorrências:
Funcionários apegados a métodos antigos, mesmo que menos eficientes, e que expressam "sempre foi feito assim".
Aumento de queixas e reclamações em relação a novos procedimentos.
Sabotagem sutil ou aberta de novas iniciativas, com atrasos deliberados ou falta de cooperação.
Apatia em treinamentos sobre novas ferramentas ou processos.
Aumento do absenteísmo ou da rotatividade durante os períodos de mudança.
E afetam a organização da seguinte forma:
Estagnação e Perda de Competitividade: a empresa não consegue se adaptar às novas demandas do mercado, perdendo relevância e competitividade.
Ineficiência Operacional: processos desatualizados e a falta de adoção de novas ferramentas geram ineficiência, desperdício de recursos e produtividade reduzida.
Frustração e Desgaste: a liderança e as equipes que tentam implementar as mudanças enfrentam frustração e desgaste devido à falta de apoio e à oposição.
Cultura Aversa ao Risco: a resistência a mudanças pode ser um sintoma de uma cultura avessa ao risco, onde o medo do desconhecido inibe o crescimento.
3. Silos e Fofocas: Departamentos não colaboram e há passividade ou rivalidades internas.
Silos organizacionais e o ambiente de fofocas são sinais claros de falhas na comunicação, na colaboração e, muitas vezes, na gestão de conflitos. Os departamentos operam de forma isolada, com pouca ou nenhuma interação, e a comunicação informal e muitas vezes prejudicial, se prolifera.
Manifestações:
Departamentos trabalhando de forma independente, sem compartilhar informações cruciais ou objetivos em comum.
Duplicação de esforços e retrabalho devido à falta de comunicação entre as áreas.
"Guerra de egos" e competição interna prejudicial, onde um departamento tenta se sobressair sobre o outro.
Disseminação de informações não verificadas e boatos que afetam o clima organizacional.
Passividade em relação a problemas de outros departamentos, com a mentalidade de "não é problema meu".
Impactos:
Prejuízo à Produtividade: a falta de colaboração e o retrabalho geram ineficiência e afetam diretamente a produtividade geral da empresa.
Decisões Ineficientes: a ausência de uma visão holística e o foco em objetivos departamentais resultam em decisões que podem não ser as melhores para a empresa como um todo.
Ambiente Tóxico: a fofoca e a rivalidade criam um ambiente de trabalho tóxico, com baixa moral e aumento do estresse.
Dificuldade em Resolver Problemas: problemas complexos que exigem a colaboração de várias áreas tornam-se difíceis ou impossíveis de serem resolvidos.
4. Desmotivação e Turnover: Pessoas estão desengajadas ou saindo da empresa.
A desmotivação e o alto turnover (rotatividade de funcionários) são indicadores críticos de problemas relativos à cultura, liderança e gestão de pessoas da empresa. Funcionários desengajados tendem a ser menos produtivos e mais propensos a deixar a organização, enquanto a saída constante de talentos gera custos e impacta o conhecimento institucional.
Principais ocorrências:
Queda na produtividade e na qualidade do trabalho.
Aumento do absenteísmo e atrasos.
Falta de iniciativa e proatividade por parte dos funcionários.
Crescimento nas taxas de desligamento voluntário, especialmente de talentos chave.
Comentários negativos sobre a empresa em redes sociais ou para colegas.
Falta de interesse em participar de projetos ou atividades extras.
Impactos mais observados:
Perda de Talentos e Conhecimento: a saída de funcionários leva à perda de habilidades, experiência e conhecimento institucional valioso.
Custos Elevados: o turnover gera custos significativos com recrutamento, seleção, treinamento e integração de novos funcionários.
Baixa Moral da Equipe: a saída constante de colegas afeta a moral dos que ficam, gerando insegurança e desmotivação.
Queda na Qualidade e Produtividade: equipes desfalcadas ou desmotivadas podem ter sua produtividade e a qualidade do trabalho comprometidas.
Dificuldade em Atrair Novos Talentos: a reputação de alta rotatividade pode dificultar a atração de novos profissionais qualificados.
5. Inovação Reprimida: A empresa incentiva ideias novas, mas pune erros com rigor.
A inovação reprimida ocorre quando a empresa, apesar de comunicar a importância da inovação, não cria um ambiente seguro para a experimentação e erros. A cultura do "erro zero" e a punição rigorosa por falhas desencorajam os funcionários a arriscar e a apresentar novas ideias.
Como se manifesta?
Funcionários relutantes em apresentar ideias fora da caixa, com medo de falhar ou serem criticados.
Foco excessivo na conformidade e em processos rígidos que inibem a criatividade.
Discussões sobre erros do passado são usadas como exemplos negativos, em vez de oportunidades de aprendizado.
Apenas ideias "seguras" ou de baixo risco são aprovadas e implementadas.
Líderes que prometem apoio, mas se afastam quando um projeto inovador não atinge o sucesso esperado.
E quais os impactos?
Ausência de Novas Soluções: a empresa perde a capacidade de gerar novas soluções, produtos ou serviços para se manter relevante no mercado.
Perda de Oportunidades: novas tendências e oportunidades podem ser perdidas, pois a empresa não está disposta a experimentá-las.
Talentos Desperdiçados: funcionários criativos e inovadores sentem-se frustrados e não conseguem aplicar seu potencial, podendo buscar ambientes mais propícios à inovação.
Cultura de Medo: cria-se uma cultura de medo do erro, onde a aversão ao risco supera a vontade de inovar.
Estagnação a Longo Prazo: a longo prazo, a falta de inovação pode levar à estagnação e à obsolescência da empresa.
Mário Magalhães alerta: “Cultura é o que acontece quando o líder não está presente.” Se esses sinais aparecem, sua cultura está moldando comportamentos que sabotam seus planos.
O que você pode fazer? Realize uma pesquisa anônima com sua equipe, perguntando: “O que você acha que é realmente valorizado aqui?” Compare as respostas com os valores declarados da empresa para identificar possíveis desalinhamentos.
Como cultivar uma cultura que fortaleça a estratégia?
Construir uma cultura que impulsione a estratégia exige coerência, consistência e coragem. Não é sobre campanhas grandiosas, mas sobre ações diárias que moldam o comportamento coletivo. Aqui estão cinco práticas essenciais, inspiradas em práticas que já demonstraram sua relevância:
Liderança exemplar
Cultura começa no topo. Líderes devem viver os valores que pregam. Se você valoriza a transparência, compartilhe decisões abertamente e admita erros. Como Flávio Augusto diz: “O líder vende o exemplo, não apenas o dá.”
Contratações alinhadas ao propósito
Não contrate apenas por habilidades técnicas. Avalie se o candidato compartilha a visão e os valores da empresa. Carol Paiffer recomenda: “Busque o brilho no olho e a paixão pelo propósito.”
Rituais que reforçam valores
Crie hábitos que solidifiquem a cultura, como reuniões semanais de feedback, celebrações de conquistas coletivas ou check-ins para alinhar o time. Rituais transformam valores em ações concretas.
Escuta ativa e ajustes contínuos
A cultura evolui com a organização. Use pesquisas, conversas individuais e fóruns abertos para ouvir o time e ajustar a cultura às mudanças do mercado. Ricardo Basaglia enfatiza: “Cultura é o que você tolera, então ouça para corrigir desvios.”
Intolerância a desvios de valores
Seja firme com comportamentos que violam a cultura, mesmo de “campeões de resultados”. Tolerar desvios minam a confiança. Como Carlos Busch destaca: “A cultura se protege com clareza e ação.”
Um exemplo prático: A Cresol, uma cooperativa de crédito, implementou uma cultura de inovação por meio de um programa que estimula seus colaboradores a proporem projetos e ideias no seu "laboratório de ideias". A Liderança da empresa criou um ambiente onde qualquer funcionário poderia propor projetos sem medo de críticas, promovendo a experimentação e a colaboração. O resultado foi a geração de novas soluções e a otimização de processos que fortaleceram a atuação da cooperativa no mercado.
O que você pode fazer? Escolha um valor central (ex.: colaboração) e implemente um ritual mensal, onde o time trabalha no desenvolvimento de ideias de forma conjunta. E também recompense (reconheça) as principais iniciativas que reflitam esse valor.
O papel do líder: jardineiro ou bombeiro?
Todo líder enfrenta uma escolha na sua rotina diária: ser um jardineiro, cultivando uma cultura saudável que suporta e alavanca a estratégia, ou um bombeiro, apagando incêndios causados por uma cultura negligenciada.
Jardineiros preparam o solo (definindo valores claros), regam com consistência (reforçando comportamentos desejados) e eliminam pragas (corrigindo desvios).
Bombeiros, por outro lado, lidam com crises como desmotivação, silos ou turnover, que poderiam ser evitados com uma cultura bem cuidada.
Como líder, sua responsabilidade é criar um ambiente onde a estratégia floresça, não onde ela seja engolida por uma cultura mal cuidada.
Um caso prático: ao observar a alta rotatividade em seu time, a EUROIMMUN Brasil, por meio de uma parceria com o Great Place To Work (GPTW), começou a fazer um diagnóstico aprofundado da cultura e do clima organizacional. Em vez de culpar o mercado ou externar o problema, o foco foi redefinir a cultura com o time, fomentando a transparência e a colaboração e criando um ambiente mais saudável. O resultado foi impressionante: a taxa de turnover da empresa, que era de 27% em 2019, caiu para apenas 2% em 2023, uma redução significativa de mais de 20 pontos percentuais. Além da queda drástica na rotatividade, a empresa constatou ainda que a execução de projetos e a qualidade do clima organizacional melhoraram significativamente.
Para pensar: você está cultivando uma cultura que impulsiona sua estratégia, ou apagando incêndios causados por desalinhamentos que poderiam ter sido evitados?
Conclusão
A Cultura como Vantagem Competitiva na Era Moderna
No dinâmico cenário empresarial de hoje, onde a mudança é a única constante, a verdadeira distinção entre as empresas reside em algo que vai muito além de planilhas e apresentações.
Ainda que processos possam ser replicados, estratégias possam ser imitadas e tecnologias, compradas, há um elemento insubstituível que define o sucesso a longo prazo de qualquer organização: a sua cultura. Ela é o DNA invisível que molda cada interação, cada decisão e cada resultado.
A cultura é, de fato, única e, quando intencionalmente cultivada e fortalecida, torna-se a vantagem competitiva mais robusta e virtualmente impossível de ser copiada pelos concorrentes. Como o visionário Peter Drucker, uma das maiores mentes da gestão moderna, nos lembra com uma sabedoria atemporal, organizações não fracassam simplesmente por falta de planos brilhantes ou estratégias bem elaboradas. Na maioria das vezes, o colapso ocorre pela negligência do fator humano, a alma da organização, a cultura, que é o verdadeiro alicerce e sustento de qualquer plano, por mais engenhoso que seja.
Acredito profundamente que liderar transcende a gestão de tarefas; é, em sua essência, transformar vidas. E essa transformação começa no núcleo da organização: uma cultura viva, que alinha corações e mentes de cada funcionário ao propósito maior da sua empresa.
Quando todos respiram os mesmos valores e trabalham com um senso compartilhado de direção, a empresa deixa de ser um mero conjunto de indivíduos e se torna um organismo coeso e potente.
Portanto, a mensagem que deixo pra você é muito clara e urgente: não permita que sua estratégia seja devorada no café da manhã. Isto não é apenas uma frase de efeito, mas um chamado à ação. É imperativo que você comece imediatamente a investir e a trabalhar ativamente na sua cultura organizacional. Alinhe-a intencionalmente com sua visão de futuro, seus objetivos de negócio e, acima de tudo, com os comportamentos que deseja ver florescer.
Ao fazer isso, você não só protegerá seus planos, mas transformará sua equipe em um time imparável, capaz de não apenas enfrentar desafios, mas de criar um futuro de sucesso.
E para finalizar, uma reflexão fundamental: Que pequenos, mas significativos, passos você pode dar esta semana para intencionalmente fortalecer a cultura da sua organização? Comece com uma ação. O poder da cultura reside na consistência das pequenas atitudes diárias.




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