top of page
Buscar

As perguntas que deveriam anteceder uma decisão de Carreira (e que pouca gente faz)

ree

Você já se sentiu preso em um trabalho que não te satisfaz? 

Ou talvez tenha conhecido alguém que, apesar de bem-sucedido, parecia infeliz com sua trajetória profissional? 


Infelizmente essa é uma realidade comum para muitos profissionais. 


Em um mundo que valoriza a velocidade e a decisão rápida (lembra do “time is money”?), frequentemente somos empurrados para escolhas de carreira sem a devida reflexão.


Aceitamos o que parece lógico, o que a sociedade espera, ou o que nos oferece uma segurança imediata, sem antes mergulhar nas perguntas corretas e mais profundas, que são aquelas que realmente importam. 


Este texto não é sobre encontrar a "profissão perfeita" ou seguir um caminho pré determinado. É sobre orientá-lo sobre as ferramentas certas (e poderosas) para que a tomada de decisão de carreira seja realizada com as perguntas certas. Aquelas que, se respondidas com honestidade e coragem, podem iluminar seu verdadeiro propósito, alinhar suas escolhas com seus valores mais profundos e, finalmente, guiá-lo para uma trajetória profissional que não apenas pague as contas, mas que também nutra sua alma e traga um senso genuíno de realização. 


Prepare-se para uma jornada de autodescoberta que pode mudar o rumo da sua vida profissional de maneira significativa.



O Autoconhecimento como Ponto de Partida 


Antes de olhar para fora, para o mercado de trabalho e suas infinitas possibilidades, é crucial olhar para dentro. 


O autoconhecimento é a bússola que guiará suas decisões de carreira, garantindo que cada passo esteja alinhado com quem você realmente é e o que te move. Sem essa base sólida, qualquer escolha, por mais promissora que pareça, pode se tornar uma fonte de frustração. 


E de que forma trabalhar o autoconhecimento? Uma boa metodologia é utilizar perguntas que trazem à superfície aquilo que muitas vezes está encoberto pela correria do dia a dia. Questões como:

  • Quais são meus valores inegociáveis?

  • Quais talentos e competências eu já desenvolvi, e quais ainda quero aprimorar?

  • No que eu sou naturalmente bom e o que eu gosto de fazer?

  • O que me causa desgaste e devo evitar?

  • Que legado desejo deixar através do meu trabalho?

Além das perguntas, é importante observar padrões de comportamento, pedir feedback a pessoas de confiança e refletir sobre experiências passadas: em quais contextos você mais se desenvolveu e em quais se sentiu limitado?

Utilizar ferramentas como testes de perfil comportamental, práticas de mindfulness, escrita reflexiva e até mesmo processos de mentoria e coaching aceleraram essa jornada, mas tudo isso tem que ser feito com a real disposição para olhar para si mesmo com coragem, honestidade e abertura.

O autoconhecimento não é um destino, mas um caminho contínuo de descoberta. Quanto mais você se conhece, mais clareza e segurança terá para construir uma carreira coerente com a sua essência.


Vamos explorar algumas perguntas?!

 

Quais são os meus valores inegociáveis?

Imagine-se em um trabalho que paga bem, oferece status e reconhecimento, mas que exige que você comprometa seus princípios éticos ou que te impede de passar tempo com sua família, algo que você valoriza acima de tudo. Por mais atraente que a oferta possa ser, a longo prazo, a dissonância entre seus valores e sua realidade profissional levará à insatisfação. 


Seus valores são o seu código moral, aquilo que você considera fundamental para uma vida plena e significativa. Eles são a base para a sua felicidade e realização, tanto pessoal quanto profissional.


Para identificar seus valores inegociáveis, reflita sobre momentos em que você se sentiu mais realizado e feliz. O que estava acontecendo? Que princípios estavam sendo observados e honrados? Da mesma forma, pense em situações que te causaram grande desconforto ou indignação. Que valores foram violados? 


Alguns exemplos comuns de valores incluem: segurança financeira, criatividade, autonomia, impacto social, reconhecimento, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, aprendizado contínuo, colaboração, inovação, estabilidade, aventura, entre outros. 


Liste os seus principais e mantenha-os em mente ao avaliar qualquer oportunidade de carreira. A falta de alinhamento com esses valores é uma receita certa para o arrependimento e frustração. 


No que eu sou naturalmente bom e o que eu gosto de fazer? 

É muito comum confundir talento com paixão.

Você pode ser bom em algo (talento) mas não gostar de fazê-lo (paixão). A chave para uma carreira satisfatória reside na interseção dessas duas áreas. Fazer o que você gosta, utilizando suas habilidades naturais, não só torna o trabalho mais prazeroso, mas também aumenta suas chances de excelência e sucesso. 


Quando você está engajado em uma atividade que te desafia na medida certa e que você genuinamente aprecia, o trabalho deixa de ser um fardo e se torna uma fonte de energia e propósito.


Para explorar essa interseção, comece listando suas habilidades e competências. Pense em atividades que você realiza com facilidade, que as pessoas elogiam em você, ou que você aprendeu rapidamente.


Em seguida, liste suas paixões e interesses. O que você faria mesmo que não fosse pago? O que te absorve a ponto de você perder a noção do tempo?


Agora, procure por pontos de conexão entre essas duas listas. 


Existem habilidades que você pode aplicar em áreas que te apaixonam? Ou paixões que podem ser desenvolvidas através de novas habilidades? Por exemplo, se você é bom em comunicação e adora ajudar pessoas, talvez uma carreira na área de recursos humanos seja interessante. Se você tem facilidade com números e gosta de resolver problemas complexos, a área de análise de dados pode ser um bom caminho. 


A combinação de talento e paixão é um poderoso motor para a realização profissional.



Desvendando o Mundo do Trabalho 


Com o autoconhecimento em mãos, é hora de direcionar o olhar para o mundo do trabalho. Muitas vezes, idealizamos certas profissões ou setores sem realmente entender a realidade por trás deles. Fazer as perguntas certas sobre o dia a dia e as exigências de uma carreira é fundamental para evitar surpresas desagradáveis e garantir que suas expectativas estejam alinhadas com a realidade. 


Pergunte-se : que tipo de rotina de trabalho eu realmente quero? 

Quando pensamos em uma nova carreira, é comum focar apenas nas tarefas principais ou nos benefícios óbvios. No entanto, a rotina diária é o que realmente define a experiência de trabalho.


Você prefere um ambiente dinâmico e colaborativo, com reuniões constantes e projetos em equipe, ou um espaço mais tranquilo e independente, onde possa focar em tarefas individuais?

Você se sente mais produtivo em um horário fixo, ou prefere flexibilidade para gerenciar seus próprios horários e prazos?


A pressão por resultados é um motivador para você, ou prefere um ritmo mais constante e previsível? 


Ir além da dicotomia "escritório versus home office" é crucial.


Considere o nível de autonomia que você deseja, a frequência de viagens, a necessidade de lidar com clientes ou o público, e a cultura organizacional. 


Uma empresa com uma cultura de startup pode oferecer muita liberdade e inovação, mas também exigir longas horas e alta adaptabilidade. Já uma corporação tradicional pode oferecer mais estabilidade e estrutura, mas com menos espaço para experimentação e ascensão profissional mais lenta. 


Visualize seu dia de trabalho ideal, desde o momento em que você acorda até a hora de ir para a cama. O que te energiza? O que te drena? Essa clareza sobre a rotina desejada é um filtro poderoso para eliminar opções que, à primeira vista, parecem atraentes, mas que não se encaixam no seu estilo de vida e personalidade. 


Mais uma pergunta : qual é o "custo do ingresso" para a carreira que eu desejo? 

Toda carreira tem seu "custo de ingresso", que vai muito além do investimento financeiro em educação. Ele inclui o tempo e a energia dedicados à formação, os sacrifícios pessoais, a resiliência necessária para superar desafios e a disposição para lidar com as realidades menos glamorosas da profissão.


Por exemplo, a carreira de médico exige anos de estudo intenso, residência e plantões exaustivos. A de empreendedor, por sua vez, pode significar instabilidade financeira inicial, longas horas de trabalho e a constante necessidade de inovar e se adaptar. 


É fundamental fazer uma análise realista dos prós e contras. 


Você está disposto a enfrentar a concorrência acirrada em certas áreas? A lidar com a pressão de prazos apertados? A investir em educação continuada e se manter atualizado em um área em constante mudança? 


Compreender esses "custos" antecipadamente permite que você se prepare melhor para os desafios e avalie se o retorno (seja financeiro, pessoal ou de propósito) justifica o investimento. 


Não se iluda com a imagem idealizada de uma profissão; busque conversar com profissionais da área, pesquisar sobre o dia a dia e os desafios, e entender as expectativas reais. 


Uma decisão baseada em boa informação é uma decisão mais sólida e com maior probabilidade de sucesso a longo prazo.



Olhando para o Futuro


Uma decisão de carreira não é apenas sobre o presente, mas também sobre o futuro que você deseja construir. 


Pensar a longo prazo e estar preparado para as constantes mudanças do mercado de trabalho são atitudes essenciais para uma trajetória profissional bem-sucedida e adaptável. 


Pergunta: como eu gostaria de estar daqui a “x” anos? 

É fácil ficar preso no "agora" e tomar decisões de carreira baseadas apenas nas necessidades imediatas. No entanto, uma visão de longo prazo é um poderoso guia. 


Onde você se vê daqui uma década? Não apenas em termos de cargo ou salário, mas em relação ao seu estilo de vida, suas relações, seu bem-estar e o impacto que você deseja causar no mundo. Você quer ter mais tempo para sua família? Viajar mais? Estar em uma posição de liderança? Ter seu próprio negócio? Estar envolvido em causas sociais? 


Essa visão de futuro não é uma camisa de força, mas um farol. Ela ajuda a filtrar as opções de carreira no presente, permitindo que você escolha caminhos que o aproximem dos seus objetivos de longo prazo. 


Por exemplo, se você sonha em ter seu próprio negócio, uma experiência em gestão ou vendas pode ser mais valiosa agora do que um cargo que oferece apenas estabilidade. 


Por outro lado, se você almeja uma posição de liderança, buscar oportunidades para desenvolver habilidades de comunicação, persuasão e gestão de equipes é fundamental. 


Ao alinhar suas decisões atuais com sua visão de futuro, você constrói uma trajetória mais intencional e menos reativa, evitando desvios que poderiam te afastar do seu destino desejado. 


E mais uma pergunta: estou disposto a aprender e me adaptar constantemente? 

O mercado de trabalho atualmente é caracterizado por uma velocidade de mudança sem precedentes. Novas tecnologias surgem, indústrias se transformam e habilidades que eram valorizadas ontem podem se tornar obsoletas amanhã. 


A mentalidade de "aprender uma vez e trabalhar para sempre" é um conceito do passado. 


Outra pergunta crucial é: você está disposto a ser um aprendiz contínuo? 

Você tem curiosidade para explorar novas áreas, flexibilidade para se adaptar a novos cenários e resiliência para superar os desafios que surgem com a mudança? 


Essa disposição para o aprendizado contínuo e a adaptabilidade é mais valiosa do que qualquer diploma ou conjunto de habilidades específicas. Ela envolve a capacidade de desaprender o que não serve mais, de buscar conhecimento ativamente, de se reinventar quando necessário e de abraçar a incerteza como parte do processo. 


Profissionais que cultivam essa mentalidade de crescimento não apenas sobrevivem, mas prosperam em ambientes voláteis. Eles veem a mudança como uma oportunidade, não como uma ameaça.

 

Ao responder a essa pergunta com honestidade, você avalia sua prontidão para navegar em um mundo profissional em constante evolução e garante que sua carreira seja uma jornada de crescimento contínuo, e não um destino estático. 



E para finalizar… 


Tomar uma decisão de carreira é muito mais do que escolher um curso na faculdade ou aceitar uma nova proposta de emprego quando o atual tornou-se “chato”.


É um processo contínuo de autodescoberta, reflexão e adaptação. 


As perguntas que exploramos neste artigo sobre seus valores, talentos, paixões, a rotina de trabalho desejada, os custos de ingresso e sua visão de futuro são um convite para uma jornada mais consciente e intencional. 


Não espere que as respostas venham facilmente ou que sejam definitivas, pois a vida e o mercado de trabalho estão em constante movimento, e suas prioridades podem mudar ao longo do tempo. 


O importante é cultivar o hábito de fazer essas perguntas regularmente, de revisitar suas escolhas e de se permitir ajustar o curso quando necessário. 


Ao fazer isso, você não apenas aumenta suas chances de encontrar satisfação e propósito em sua vida profissional, mas também constrói uma carreira que é verdadeiramente sua, alinhada com quem você é e com o impacto que você deseja deixar no mundo. 


Comece hoje a fazer as perguntas que pouca gente faz, e prepare-se para as respostas que tem o poder de transformar sua trajetória.


 
 
 

Comentários


bottom of page